Como todo ‘tricolor de coração’, Sandro estava rouco. A voz do ex-zagueiro
falhava após dois dias de intensa comemoração. O hoje ‘faz-tudo’ do Santa Cruz,
como ele mesmo gosta de se denominar, concedeu entrevista exclusiva, ontem, ao
Blog de Primeira.
Na conversa, de tudo um pouco. Sandro revelou seu desgosto com as mazelas do
futebol, o projeto que encabeça para reerguer o Santa Cruz, sua amizade com Zé
Teodoro, a participação na vinda dos jogadores e, também, os seus palpites na
escalação. Algo que foi fundamental na conquista do bicampeonato
pernambucano.
CHEGADA AO SANTA
“Estava no programa de Roberto Nascimento. O presidente Antônio Luiz Neto,
ainda como candidato, me chamou para ser diretor de futebol renumerado, pra
ajudá-lo a montar o trabalho, se ganhasse a eleição. No futebol há muita
mentira, muita coisa errada. Eu não gosto dessas coisas. Gosto de coisas certas.
O senhor vai trabalhar com a verdade? O senhor vai pagar jogador e funcionário
em dia? Porque se pagar o jogador, ele chega com o carro importado, enquanto o
funcionário tá com fome em casa. Então a coisa não vai andar. Não vou mentir pra
jogador. Se o senhor falar que vai pagar dia 10, pra jogador é dia 9. Ele disse
que eu podia confiar e estou aí, há 16 meses, como combinado. Fui convidado até
pela outra chapa (encabeçada por Sérgio Murilo), mas não sei se iria aceitar.
Antônio Luiz Neto me passou ser uma pessoa muito segura.”
FUNÇÕES NO CLUBE
“Sou como se fosse um Bombril. Faço de tudo um pouco aqui. Contratação de
jogadores, ajudo Zé na montagem do time, arrumo esquema tático junto com Zé e
William (Rodrigues, assistente técnico) . Brincam aqui no clube que eu sou o
auxiliar técnico mais bem pago do Brasil. Eu respondo que sou o auxiliar
técnico que mais conversa com o presidente no Brasil. Então, eu sei da minha
importância aqui. Quando eu ganhava R$ 5 mil aqui, no ano passado, ninguém
falava nada disso. O presidente reconheceu e me deu um aumento muito bom, porque
reconheceu o que foi feito. Engraçado, quando a gente perdeu pro Penarol – AM,
disseram que a gente deu um prejuízo de R$ 1 milhão ao clube. Mas no ano
passado, demos mais de R$ 10 milhões. Este ano demos quanto? Com nosso trabalho?
Então eu faço um pouco de tudo aqui dentro e me sinto muito orgulhoso, dou muita
graça a Deus, por ter me confiado uma responsabilidade tão grande de contratar
jogadores em um clube grande.”
“A gente tem procurado fazer o melhor, junto com Constantino Júnior, que tem
nos ajudado muito. Tem mostrado que vai ser um grande dirigente, um grande
presidente do Santa Cruz um dia, porque é um cara que gosta de futebol, que
conhece futebol e que fala a verdade. E é disso que jogador gosta. Jogador quer
saber da verdade. Não gosta de mentira. Se você promete R$ 10 mil, pague R$ 10
mil. Não prometa R$ 50 mil e não pague. E também não pode atrasar. Isso eu passo
pro presidente, o que o jogador gosta e o que não gosta. A gente não quer
irritar jogador. A gente quer sempre dar o melhor pra eles. Eu sei
o sentimento de cada jogador. Quando não quer jogar, quando dá migué…É
importante ter pessoas que jogaram futebol junto de um presidente, contanto que
seja uma pessoa correta.”
“Quando cheguei, prometi que este seria o último ano do Santa Cruz na Série
D. Chegamos aqui só tinha Memo, que ninguém queria saber dele, Natan, Renatinho,
Everton Sena e Gilberto. Tínhamos apenas cinco jogadores. Gastei mais de R$ 600
ligando pra jogador, porque não havia telefone pra gente fazer isso. Ninguém
queria vir, hoje muito jogador que vir, porque sabe que o trabalho sério.
A
última gestão, de Fernando Bezerra Coelho, não ganhou no futebol, mas estruturou
e preparou o clube para Antônio Luiz Neto assumir. Via em um domingo o torcedor
do Santa sorrindo e no outro queimando a bandeira, rasgando a camisa…Via meu
irmão, em casa, minha mãe, meu pai, que são tricolores, a maioria, e eu pensava
comigo que conheço de futebol e que poderia ajudar. Então eu me sinto muito
feliz e muito realizado, independente do que vier pela frente. Porque aonde há
verdade, Deus habita. Ele ajuda e faz prosperar.”
“No dia que eu ver que alguém aqui tá mentindo, com safadeza, com sacanagem,
eu nem aviso. Eu não venho mais, porque não tenho carteira assinada, contrato.
Tudo aqui é no boca a boca. No dia que eu cheguei aqui, muitos dirigentes
falaram que se eu assinasse carteira, poderia colocar o clube na Justiça. Eu
disse pra nem se preocuparem, porque, quando eu joguei aqui, por um ano e meio,
não recebi nem três meses de salário. E eu abri mão de tudo isso pra que ninguém
falasse que eu colocaria o clube na Justiça. Jamais farei isso. É um negócio de
querer realmente ajudar e eu tô muito orgulhos e muito feliz do que a gente tem
feito até agora, aqui dentro.”
PARTICIPAÇÃO NA VINDA DE JOGADORES
“A gente não tem condições de tirar jogador de time nenhum. De ir lá e pagar
uma multa de R$ 100 mil. Ou a gente pega jogador parado, que a gente conheça o
passado e saiba que é bom, ou então a gente não vai fazer time. Dênis Marques
tava parado. Tiago Cardoso, o Zé conhecia. Então, a gente foi garimpando,
procurando. Fomos atrás de Caça Rato, na Cabense. Aí fui começando a ajustar as
coisas e graças a Deus vem dando tudo certo. Mas a minha conversa com eles é
muito franca. Por isso eu digo ao presidente que nunca atrase o pagamento, senão
quem paga o pato sou eu. O jogador ele pede um valor. Eu digo que não tem, mas
digo que ele vai receber rigorosamente em dia. E se não pagar eles vão atrás de
quem? Vão atrás de mim e não do presidente, que tá lá em cima. Eles não vão lá,
é tudo no meu juízo (fala, em tom descontraído).”
“Por isso que aqui dentro do clube eu me torno um cara chato, de cobrar
dinheiro. Só que o dinheiro não é para mim. É para eles, porque eu prometi a
eles. O cara pede R$ 30 mil e eu digo, a gente paga R$ 12 mil, mas paga em dia,
você quer vir? Ele vem, porque ele sabe que recebe. Eu nunca prometi nada que
não cumpri aos jogadores. Mas não sou eu que cumpro nada, quem cumpre é o
presidente. Ele me diz que vai resolver tal dia e vai lá e resolve.”
PALPITES NA ESCALAÇÃO
“É uma coisa meio chata de falar. Porque é uma coisa meio de segredo entre
auxiliar técnico e treinador. Mas Zé sempre fala assim pra mim: Sandro, o que
você resolver, está resolvido. Você olha o jogo lá de cima e me fala que eu
resolvo aqui embaixo. Ele confia muito em mim porque eu que o trouxe pra cá e
não quero o mal dele. Quero o bem dele sempre. Porque no dia em que ele sair
daqui por alguma coisa errada, eu saio também. Já falei pra ele. Vou pra
casa.”
“O negócio do Branquinho foi o seguinte: Eu estava em casa, pronto pra tomar
banho, quando botei o pé no box, veio um negócio em mim falando assim ‘anota
essa escalação’. E a gente nunca sonhou em botar o Branquinho pra jogar na
final. Aí eu voltei pra minha esposa e disse que Deus tinha falado comigo, pra
eu fazer uma escalação. Então eu vou fazer aqui uma escalação que eu acho que
vai dar certo. Aí eu peguei um papel e anotei pra não esquecer. O Branquinho
aberto, com Chicão e Anderson Pedra no meio e Memo na lateral-direita. Aí eu
pensei em passar para Zé. Se ele aceitar, foi Deus que mandou. E aí Zé falou:
‘Boa escalação, Sandro. Vamos treinar’. E aí treinamos algumas formações.
Treinamos essa, treinamos outras. No sábado, ele tava com algumas dúvidas ainda
e eu falei: ‘Zé, a última palavra eu sei que é sempre a sua. Mas essa última
palavra vai ser a de Deus, cara. Você vai ter que colocar esse time aí. E vai
dar certo e vamos botar pra cima desses caras, dentro da Ilha, pra ganhar lá
dentro’. E aí ele aceitou a proposta, pensou, analisou, a gente treinou esta
situação e aí deu certo que ele (Branquinho) acabou fazendo o gol.”
“Então, quando Deus fala, a gente tem que cumprir. A gente tem que fazer o
que ele pede. Eu não escuto vozes. Ele fala ao teu coração. Ele te dá uma paz. E
essa paz que Deus me passou, me deu tranquilidade(…) E deu certo. E quando Deus
manda, pode fazer que vai dar certo. Então foi dessa maneira. Agora, nós fazemos
nossa parte tática, técnica, armamos o time direitinho, tudo encaixado.
Eu, Zé e
o William temos uma liberdade muito grande de conversar, até mesmo porque não
teria muito sentido eu estar lá dentro com ele. Senão seria pra quê? Pra
entregar colete? Pra apitar coletivo? Não vou fazer isso. Eu sei que posso
ajudá-lo muito mais da maneira como tenho ajudado.”
“Treinamos muito essa formação, porque temos que ser prudentes. Você não pode
ir pra guerra de qualquer jeito. Você tem que ir pra guerra preparado. Se você
for sem armas, vai perder a guerra. Então Deus também quer que a gente faça o
que está ao nosso alcance. E o que é o nosso alcance? É treinar, trabalhar e
isso foi feito várias vezes. Também treinamos o time com Léo, com Luciano
Henrique. Mas como eu falei: ‘Zé, a última palavra é a tua, mas dessa vez vai
ser a de Deus. O time é esse’. E ele falou: ‘É isso. Fiz isso em 2004, quando
armei o Náutico com três atacantes e deu certo. Vamos com três atacantes pra
cima dos caras’. E aí a gente arrumou o esquema tático e, graças a Deus, deu
tudo certo.”
RELAÇÃO COM ZÉ TEODORO
“Em 2005, Zé estava no Sport e eu era o capitão dele. Eu via o perfil dele,
de treinador agitado, de querer ajudar o clube, de querer unir os jogadores. E o
Santa cruz precisava de um treinador que se entregasse ao clube. E Zé é um
guerreiro. Não podíamos ter um Oswaldo de Oliveira, um Parreira, com todo o
respeito a eles. São treinadores que vibram menos, são mais técnicos. Então, Zé
joga junto com o time. E o Santa precisava de um cara assim.”
“No futebol, quem tem que dar opinião é quem entende. Não aceito
interferências, assim como Zé não aceita interferências na escalação do time e
nem no nosso trabalho no dia a dia. A gente sabe o que se passa no dia a dia. O
dirigente vem somente no dia do jogo, pega dois garrafões de chope e vai tomar.
Mas não acompanha o dia a dia e quer escalar time. Quer criticar treinador, quer
criticar jogador, sem saber o que se passa. Eu não concordo com isso e tinha que
ser um cara que pensa que nem eu e Zé pensa que nem eu. Por isso que a gente se
identificou muito.”
“Eu tenho confiança nele porque ele é um cara direito. Não ‘come’ propina de
empresário, feito eu também não ‘como’. Não tem ‘esquema’ com jogador, com
dirigente, nem com ninguém. O trabalho dele é extremamente profissional e feito
com muita dedicação. Eu digo que a torcida do Santa Cruz pode dormir em paz,
porque o trabalho que é feito aqui é com dignidade.”
VÍCIOS NO FUTEBOL
“De dirigente querer contratar jogador. Quem contrata jogador é treinador.
Que ele é quem vai escalar. Ou você vai dar liberdade para o treinador contratar
e escalar, ou você não traz o treinador, já que você não confia nele. Tem que
ter carta branca. (…) Dirigente não tem que vir escalar time, meter pau em
jogador. Quem tem que fazer isso é treinador. Nós é que temos essa
responsabilidade. Aqui tinha esses vícios e me juntei com Zé para acabar com
isso. Quando você vê o time entrar em campo, nem é a torcida, nem a imprensa,
nem dirigente que escala. É o treinador, junto com Deus.”
SER ‘ÍDOLO’ DO SANTA
“Ter o nome gritado na conquista do título foi uma sensação muito boa. Não
porque foi na Ilha do Retiro, porque isso aconteceu no título do ano passado e
no acesso à Série C. Pra mim, foi gratificante pelo trabalho. Ter o
reconhecimento de uma nação. Isso aqui é uma nação, cara. É negócio de doido. Me
emocionei muito. Chorei muito no dia seguinte, em casa, pelo reconhecimento da
torcida.”
“Eu só tenho motivo de agradecer a Deus por tudo isso. Dá mais forças
pra trabalhar, pra dar alegria pra esse torcedor. A minha maior satisfação não é
o dinheiro. A gente ganha dinheiro, sim. Não vou falar que não ganhamos. Mas eu
tenho uma vida estabilizada agora e agradeço a Deus por isso, porque tenho uma
condição boa, independente do Santa Cruz ou não. Não é o dinheiro que dá
satisfação. É você ver o torcedor na rua te agradecer, ter orgulho de vestir
essa camisa novamente e ter esse reconhecimento na Ilha do Retiro, onde fui
muito feliz ali também.”
“Ainda tenho muito contato com dirigentes, funcionários, ex-dirigentes,
ex-jogadores… Todos me ligando, passando mensagem pra mandar parabéns. Adriano,
Chiquinho… No tempo que eu vim pra cá, me chamaram de louco, porque tava saindo
do Sport, mas nunca tive oportunidade quando parei de jogar. Continuo tendo
muito respeito pelo Sport. Tenho muita admiração. É um clube direito, um clube
grande. Que eu torço pra que continue na Série A. O Sport, o Náutico e eu quero
que o Santa chegue lá também. Não que eles caiam. Quero encontrar com eles na
Série A e não na B.”
“Muita gente do Sport me para na rua e diz: ‘Eu quero você lá’. Mas foi aqui
que me deram oportunidade. Eu costumo falar que tenho três clubes: Sou tricolor
de coração mesmo, não vou mentir nunca. De vestir a camisa, de vir ao estádio na
época de criança. Sou Sport de agradecimento, de gostar das pessoas de lá, da
torcida, de gostar do clube. E sou Botafogo de paixão, porque eu nunca fui
vaiado pela torcida. São três clubes pelos quais eu tenho um carinho muito
grande.”
“Mas foi o Santa Cruz quem me abriu as portas. Deixo bem claro que, quando eu
jogava no Sport, eu queria ‘matar’ o Santa Cruz, porque eu era profissional. Sou
profissional. Vesti a camisa, acabou. Fiz gol no Santa Cruz pelo Sport. Fiz gol
no Santa pelo Botafogo e comemorei muito. Mas hoje eu tô aqui pra trabalhar e
pra ajudar o clube. Sou tricolor de coração e nunca neguei isso pra ninguém. Só
não podia chegar na Ilha dizendo que torcia pelo Santa Cruz. Eu gostei muito do
Sport porque eu sempre joguei no meu limite profissional. Na raça. E aqui também
e como foi no Santos, Botafogo, Vitória, Guarani. Eu dei o meu máximo por onde
eu passei. Mas respeito muito a torcida do Sport e esse clube, que é um clube
grande como o Santa Cruz.”
“O que me afastava e que me afasta ainda do futebol é a sacanagem, a coisa
errada, a maldade, a mentira, a inveja, a vaidade… Tudo quanto é coisa ruim tá
no meio do futebol, cara. Eu tô nesse meio aqui, hoje, porque eu tenho a
liberdade de falar com um homem honesto, que é o presidente Antônio Luiz Neto.
Ele é um cara honesto pra mim. Assim como Constantino Júnior. Enquanto eu
estiver aqui com essas pessoas, eu tô feliz, porque eu sei que aqui não tem
inveja, não tem vaidade.”
“O ‘cara’ daqui se chama Santa Cruz Futebol Clube. Esse á estrela e isso é
importante. Mas eu não vou pra clube nenhum pra ser fantoche de ninguém. Não
quero ser fantoche de ninguém. Quero fazer futebol da maneira que eu acho que é
futebol e acho que eu tenho feito a coisa correta. Lógico que eu não sou o dono
da verdade. Erro, como qualquer ser humano. Vou falhar, vou errar muito. Mas eu
tô sempre trabalhando com honestidade.”
“No dia que eu perceber que essas coisas estão acontecendo aqui no Santa, eu
nem aviso. Vou pra casa e assunto encerrado. Mas enquanto essas pessoas, que me
dão respaldo e são pessoas corretas, estiverem no clube, eu vou estar aqui
trabalhando. Mas não pretendo continuar muito tempo no futebol por causa disso.
Não se vou encontrar um outro Antônio Luiz Neto, um outro Constantino Júnior na
frente. Zé Teodoro pra onde vai quer me levar. Eu não vou. Porque a gente vai
lá, toma duas pancadas e morre. Não tem respeito. Aqui a gente é respeitado.
Aqui a gente faz o melhor pro clube e o pessoal segura. Quando a gente perdeu
pro Penarol – AM, muita gente do clube mesmo queria tirar a gente. Queriam tirar
Zé Teodoro. Foi o pior momento.”
“Eu penso diferente o futebol. Eu não acho que um bom pintor é bom porque
pintou bem uma casa. Nem um mau pintor, porque pintou mal uma casa. Tem que ver
a sequência de casas pra saber se é bom ou mau pintor. Um treinador não vai ser
bom porque ganhou um, dois, três, quatro jogos seguidos. Mas também não vai ser
o pior porque perdeu um, dois, três ou quatro. Tem que ver a sequência dele
dentro do clube. E a de Zé Teodoro aqui é muito boa. E o presidente,
inteligente, entendeu isso. Analisou e viu que a melhor situação era continuar
com Zé Teodoro. O resultado tá aí. Se tira? Tinha me tirado junto. Não era o
momento certo de tirar.”
“O problema é que em clube, tem um tal de fogo amigo, que ronda aqui por
trás, que movimenta aqui ainda e isso tem que acabar. Essa é a hora de se unir e
jogar o Santa Cruz pra cima. Não um jogo de vaidades em que se disputa quem vai
ser o presidente do centenário. Rapaz, tem o cara certo (Antônio Luiz Neto) aí
pra dar continuidade ao trabalho. Você está pensando em quem: no Santa Cruz ou
em você? Sei que tem muita gente jogando contra a gente aqui. Mas a minha maior
satisfação é ver que o mundão, o povão, a maioria agradece e torce pela gente.
Torce pelo Santa Cruz. Esse é o verdadeiro tricolor.”
“Mandamos embora. No segundo deslize a gente manda embora. Porque, como eu
falei, a maior estrela aqui é o Santa Cruz. O ‘cara’ daqui é o Santa Cruz. Não
sou eu, não é Zé, não é Ataíde (Macedo, diretor de futebol), não é o presidente.
É o Santa Cruz. A gente tem que trabalhar pra esse clube, que tem o povão.
Então, aqui ninguém vai pisar na bola, com maldade, com sacanagem, com
panelinha. Eu e Zé jogamos bola. Então a gente percebe de longe. Se começar a
acontecer a furada é porque não serve pra gente. A gente quer pessoas do bem
aqui. Que venham pra nos ajudar. Então, graças a Deus, até agora, Carlinhos
Bala, Geílson, Dênis Marques – que falaram muito dele e é um cara sensacional,
Jeovânio, Thiago Matias e Thiago Cunha foram todos bem comportados aqui
dentro.”
“Sobre Thiago Matias, ninguém o queria de volta na segunda vez. Eu que o
trouxe em 2011. E o cara ajudou muito. Foi o melhor zagueiro do Campeonato
Pernambucano do ano passado. Foi campeão jogando. E tava bem na Série D. Só que
ele teve uma propostas (do Ceará). E ele veio querer fazer leilão. Aqui, ninguém
faz leilão não. Quer ficar? É o que tá no teu contrato. A gente aumentou o teu
salário duas vezes já. Vai querer aumentar de novo? Aí ele disse: ‘Se aumentar
pra tanto eu fico’. Aí eu falei: ‘Então, meu filho, você pode ir embora’. Falei
com Zé, falei com o presidente e mandei-o embora. Ele ligou várias vezes
querendo voltar, porque tinha feito a ‘escolha errada’. Não foi por causa de
dinheiro e nem sempre dinheiro é tudo, né verdade? Então a gente trabalha aqui
dessa maneira. Tem que saber ter jogo de cintura com esses jogadores e deixar
bem claro que o maior de todos aqui é o Santa Cruz.”
“Eu não tenho pretensão nenhuma de continuar no meio do futebol. Sou bem
realista e sempre deixei isso bem claro. Eu vim aqui por uma causa e pra não ser
fantoche de ninguém. Pra fazer o que eu acho que é futebol, mas respeitando a
opinião de todos. Eu tô aqui enquanto tá esse presidente. Porque ele é um cara
direito. Aí sim. Aí vale a pena você estar no meio. Eu não pretendo ser
treinador. O que eu mais pedi a Deus, quando eu parasse de jogar, era que eu não
precisasse do futebol para sobreviver. E isso aconteceu e Deus me deu.”
“Eu sei que aqui eu poderia ajudar o clube e mostrar para as pessoas que você
consegue fazer as coisas com honestidade. E aí você absorve o reflexo de Deus em
você. Eu tô aqui por uma causa. Não sei até quando. Não sei se vai durar muito
ou vai durar pouco. Eu tô aqui no tempo de Deus. Enquanto Deus me der vontade de
estar aqui, de trabalhar, de ajudar aqui eu vou estar. No dia que Deus achar que
‘tá bom’, então chega. Acaba o meu trabalho aqui dentro. Tá nas mãos de Deus.
Como sempre foi a minha vida.”
O Santa Cruz é uma instituição que
precisa de profissionais honestos e competentes que saibam administrar o
clube como verdadeiros guerreiros, o que não é fácil, e desde janeiro
de 2011 encontramos pessoas capacitadas para desempenhar essa função:
temos um presidente que realmente sabe administra o clube, estando
presente em todas as ocasiões, temos uma comissão altamente capacitada e
super comprometidas com o planejamento do clube.
Então caro torcedor o SANTA CRUZ FUTEBOL
CLUBE está em ótimas mãos, avaliem todo trabalho desempenhado pela
diretoria e pelo nosso elenco e comissão técnica, antes de criticarem os
mesmos. Aqui vai a seguinte pergunta, após essa entrevista que aqui foi
postada, vocês ainda possuem alguma dúvida de que estamos em mão
erradas? Reflitam antes de fazer qualquer julgamento precipitado.
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